em resposta;

aquela ideia de que alguma coisa vai acontecer, e que eu tenho peso, importância e responsabilidade de que o acontecimento, o agenciamento dos fluxos, torne-se positivo e intenso, me apavorava. a falta de intimidade dava tesão, mas ao mesmo tempo, medo. - maldito machismo que nos cobra um pau duro 36 horas por dia. mas aí havia o corpo dela que naquele momento era meu. os seios, lindos, cheirosos e macios. ah, os seios! eu pegava: era meu, eram meus. não existia mão e peito, existia um acontecimento, um fluxo, uma loucura. aquelas sensações obtidas ao olhar a penetração e não ter mais um pau, quer dizer, ter, mas ele, único e sozinho, não importava. era pau querendo boceta, o mais puro dos sentimentos. não era mais eu e nem eu, nem ela existíamos mais; existia um nós. mas não um nós múltiplo, era um único mundo que se fechava ali, entre ela e eu, somados em um, carnal. de repente, eu senti sua boceta e por essa, por ela eu amo o meu pau. é um amor intenso, sem o compromisso de ter que amar amanhã, sem ser obrigado a amar o amor do meu pau por aquela boceta, por obrigação. mas sou obrigado a falar do seu gosto de novo. era como comer uma flor, com as bocas mesmo, as duas, porque a cabeça do pau também é uma boca que come, mas quando come não é nem mais boca e nem a flor é comida. mas o gosto, seu gosto era incrível mesmo. o que eu mais senti com ela foi isso, lembro de ficar vidrado ali, admirando, e que ela era minha. e eu nem lembrava que tinha pau, quer dizer, eramos tudo um só.