Tenho sentido saudades daquilo tudo que ainda nem tive, dói e hoje eu tropecei e acabei cortando meu dedo, doeu. faz-me chorar tais lágrimas que nem escorrem pelo rosto, saem pelos poros – do pescoço para baixo já que a face anda feito uma massa de bolo de chocolate (mas se ainda lembrares, amor, nem de bolo eu gosto e já estou na terceira fatia) homogênea e ofuscada demais, não lhe permitindo que distingues minhas feições. o sexo tem me queimado a pele e ultimamente os braços teem abraçado vários outros braços que não são teus e que não são meus, então os abraços já não existem. desculpe-me, mas sinto lhe dizer que não é a mesma coisa que era com outrem; eu sentia frio e hoje tenho esquentado corpos alheios – se bem que às vezes tem me confortado bastante. nesse tempo que me ausentei, aprendi que chorar pra dentro inunda mais do que quando escancarava meu grito e que esse ano foi uma tortura. sabe, andei arquivando certos pensamentos e me faltaram pastas, uma folhas andam jogadas pela mesa ao lado da janela e tenho medo que com esse vento todo que bate no parapeito elas voem por aí – talvez até aliviasse tais fobias minhas, mas acontece que se pararem na sola de sapato de uns e outros, as coisas podem complicar mais do que eu possa imaginar. falando em imaginação, ela não anda das melhores e isso tem me agoniado tanto... ah! existe certo alguém que me faz bem, que me esquenta mesmo quando quente já estou, que me abraça, me beija, - me chama de mon bijou – mesmo quando o sexo não nos cala a boca; é bom gozar disso novamente.